quarta-feira, 27 de junho de 2012







Pandeireiro

O som agudo do pandeiro anunciava... 
O ritmo, era o coco
acompanhando o violão
De sete cordas de aço

Ao fundo a voz suave
Do trovador solitário
Parecia cantar distante
Num horizonte sem rios ou lagos
Mares ou correntes de ventos

Era tempestade poente
Sibilar de serpente.
regendo o som da terra
Tentando se comunicar
Fazendo-se Xavante.

"Tum tum" Fazia o pandeiro
No derradeiro do norte
Como quem anunciasse
Um precipício diante de seus olhos

"Trum trum" declarava o liame
Na curva da morte
Divisa da razão, loucura ou sorte
Em uma paixão quase sempre repleta

"Trum tum pá" tocava o pandeiro
Ecoando mistérios
Dialogando com o poeta
Soando mais que música
Era o som da elegia, essencia de poesia aparente
Que nascia sem se dar conta

Só quem sente, pode entender
O pandeiro é poema pronto
Enquanto trovador, o poeta deslumbrado
Que hipnotizado, vaga regido pela ópera de samba.

ALLIMA