Cacos de vidro
A morte me tomou
Fazendo-me pó
Por completo
Aquecendo-me em forno
Alimentado de carvalho seco
No tacho de cobre fervente
Me descobrindo vidro
Dando sentido ao copo
em forma de corpo
Deixando-me só, em cima da mesa
Descuidado, derrubando
Fazendo pedaços
Espalhando cacos
Como quem não sente dó.
E vi você juntado
Com lágrimas escorrendo
Para me fazer mosaico
Dando nome, verbo ou tento
Matando saudade
Bebendo o licor derramado
Com mãos sujas de sangue
No ato de desespero
Me retendo por inteiro
Parte a parte
me tomando todo.
Se despedindo em prantos
ALLima
Sem palavras..
ResponderExcluirSentir e silêncio
Belo!