POESIA
VASO QUEBRADO
Lauro Menezes
Certa vez, uma moça, distraída,
Brincando, por acaso,
Lançou uma semente ressequida
Dentro de um vaso.
E depois atirou-o para um lado.
E alegre, jovial,
Foi-se embora, deixando abandonado
O vaso, num recanto do quintal.
Passou-se o tempo... E ela nem mais uma hora,
Um momento, sequer, pensou no caso.
Mas a semente germinara... E agora
Era uma planta a bem nascer no vaso.
Em pouco não continha humos bastante
A terra lá do vaso. E era de ver
A raiz, como serpe, coleante,
Dobrando-se, crescendo a cada instante,
Na ânsia de viver.
A planta pouco a pouco ia morrendo,
Exalando um perfume raro e doce.
Mas a raiz lutava, ia crescendo... crescendo...
E o vaso espedaçou-se.
Às vezes um olhar indiferente,
Lançado sem a mínima intenção, como a semente,
Germina. E pouco a pouco, e lentamente,
Vai nascendo em segredo uma paixão.
E o coração a custo vai contendo
A cálida paixão,
Que, dia a dia, aumenta, e vai crescendo...
E espedaça-se o pobre coração.
E é por isso que, sem se saber porque,
Fica-se admirado,
Quando ao acaso por aí se vê
Um pobre coração despedaçado.
VASO QUEBRADO
Lauro Menezes
Certa vez, uma moça, distraída,
Brincando, por acaso,
Lançou uma semente ressequida
Dentro de um vaso.
E depois atirou-o para um lado.
E alegre, jovial,
Foi-se embora, deixando abandonado
O vaso, num recanto do quintal.
Passou-se o tempo... E ela nem mais uma hora,
Um momento, sequer, pensou no caso.
Mas a semente germinara... E agora
Era uma planta a bem nascer no vaso.
Em pouco não continha humos bastante
A terra lá do vaso. E era de ver
A raiz, como serpe, coleante,
Dobrando-se, crescendo a cada instante,
Na ânsia de viver.
A planta pouco a pouco ia morrendo,
Exalando um perfume raro e doce.
Mas a raiz lutava, ia crescendo... crescendo...
E o vaso espedaçou-se.
Às vezes um olhar indiferente,
Lançado sem a mínima intenção, como a semente,
Germina. E pouco a pouco, e lentamente,
Vai nascendo em segredo uma paixão.
E o coração a custo vai contendo
A cálida paixão,
Que, dia a dia, aumenta, e vai crescendo...
E espedaça-se o pobre coração.
E é por isso que, sem se saber porque,
Fica-se admirado,
Quando ao acaso por aí se vê
Um pobre coração despedaçado.
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Carta do poeta NICODEMOS ARAÚJO ao Meu Bisavô na década de 40
O MÚSICO
A Lauro Menezes
Seu filhinho mais novo, o mais querido
Adoecera inesperadamente,
Mas ele vai, por um contrato urgente,
Levando, embora, o coração partido.
E enquanto o povo brinca divertido,
Ele sofre, a tocar, nervosamente,
Supondo ouvir do pequenino doente
O doloroso e tímido gemido.
Termina a festa. E o músico, apressado,
Regressa ao lar, trazendo ao ninho amado,
Com seu amor, um pouco de conforto.
Mas ao entrar na lôbrega morada,
Encontra a esposa em lágrimas banhada
E, sobre a esteira, o seu filhinho morto.
Do amigo NICODEMOS ARAÚJO.
Poeta Lauro Augusto De Menezes, meu avô. gostaria de adquirir o livro "CARDOS E ROSAS" Editado no Rio de Janeiro em 1923, moro em Rio Branco Acre, sou filho de Luiz Lima De Menezes.
ResponderExcluirsei que já fazem anos mas trabalho com livros e localizei esta obra. Se ainda estiver a procura entre em contato ponteslivros@yahoo.com.br
ExcluirMeu bisavô Lauro! Meu avô Renato Menezes, e meu pai Lauro Menezes! Feliz por a obra antiga da família
ResponderExcluirCláudio Menezes
Se a família ainda estiver procurando a obra do autor, entre em contato pois localizamos a mesma (edição de 1923) em um acervo particular. Contato: ponteslivros@yahoo.com.br
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